Assim como a Comunidade Bethânia, que neste ano celebra três décadas de fundação, o administrador do Recanto de Irati, no Paraná, Kelvin Lucas Borges dos Santos, também completa 30 anos de vida. Natural de Laranjeiras do Sul, no Centro-Oeste paranaense, ele ingressou em Bethânia como vocacionado residente em 19 de fevereiro de 2019 e foi consagrado em 11 de outubro de 2022.
Desde então, vive com intensidade a missão de servir à Comunidade e aos filhos e filhas acolhidos. Atualmente, está como administrador do Recanto de Irati, no PR, é membro da coordenação do Projeto Pedagógico de Acolhimento e Restauração Bethânia (PPARB), representando o projeto no Conselho Geral da Comunidade, e coordena o Núcleo das Famílias Consagradas, junto da esposa Vanessa. Já exerceu a função de moderador nos recantos de São João Batista (SC), Guarapuava (PR), Lorena (SP) e Irati (PR), além de atuar na administração em Guarapuava, Lorena e Italva (RJ).
O primeiro contato com Bethânia aconteceu ainda antes da consagração. Kelvin conta que conheceu o Servo de Deus Padre Léo através dos DVDs de suas histórias, assistidos em família, pois parentes faziam parte do grupo DAVI, em Brusque (SC), e haviam convivido com o fundador e com a Comunidade. O interesse pelas pregações cresceu quando ingressou na Renovação Carismática Católica, movimento que marcou profundamente o processo de conversão.
Em um momento de insatisfação pessoal, ele buscou um caminho mais radical de seguimento a Jesus Cristo. Visitou Bethânia a convite da mãe, mas não saiu preenchido. Ainda assim, a semente da vocação foi lançada. “Durante um retiro de silêncio, diante do Santíssimo, pedi apenas para estar com Deus, sem pedir ou agradecer nada. Naquele instante, Bethânia caiu no meu coração como uma semente”, recorda. O chamado amadureceu, e, após ler a biografia do Padre Léo, compreendeu o carisma de restaurar vidas e decidiu ingressar na Comunidade.
Hoje, vivendo a consagração, Kelvin resume a experiência em uma palavra: plenitude. “Viver o carisma de Bethânia é lindo, maravilhoso e desafiador. Todos os dias toco a minha insuficiência, o que me leva a confiar mais em Deus. Tenho certeza de que é um caminho de santidade, e por isso, para mim, é a melhor coisa do mundo. ”
Ele relembra que a caminhada de fé antes da Comunidade foi marcada por altos e baixos, mas também por uma constante ação divina. “Deus foi me seduzindo, não desistiu de mim. Afastei-me tantas vezes, mas sempre voltei mais forte, porque o amor de Deus completa o que falta em nós. ”
Para Kelvin, servir em Bethânia é um dom e uma missão. “Sinto que minha vocação não é pregar para os que já estão na Igreja, mas reconstruir ruínas humanas. Esse é o povo que Deus confia aos meus cuidados. ”
A convivência com os filhos e filhas de Bethânia, segundo ele, é semelhante à de uma família numerosa. “É como viver com vários filhos em casa. A diferença é que aqui quase todos trazem feridas profundas, físicas, emocionais, espirituais e comportamentais. Cada um precisa de cuidado e paciência para superar o passado e recomeçar. ”
Entre as mensagens deixadas por Padre Léo, uma em especial guia sua caminhada: “A vida do Padre Léo foi um consumir-se por amor a Cristo, ao Evangelho e aos filhos de Bethânia. Essa entrega total é a mensagem mais forte que carrego comigo.”
Nos momentos de descanso, Kelvin gosta de atividades simples e restauradoras: dormir, cozinhar, consertar coisas, assistir a filmes e caminhar pela natureza. A passagem bíblica que o inspira é João 15,5 — “Sem mim, nada podeis fazer.”
Aos jovens que discernem uma vocação consagrada, ele deixa um conselho direto: “Não pense, siga. Quem perde a vida por causa do Reino de Deus a encontrará.”
