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Cardeal brasileiro destaca pontos centrais da vida consagrada

Dom Braz de Aviz comenta pontos nos quais a vida consagrada pode progredir, buscando sempre o objetivo da vida pautada no Evangelho

Jéssica Marçal, com colaboração de Danusa Rego
Da Redação

O ano de 2015 foi proclamado pelo Papa Francisco como o Ano da Vida Consagrada.“O Papa Francisco sente muito de perto a vida consagrada e ele quer que ela vá na direção que o Evangelho pede (…) O Papa é muito concreto. Ele quer vida evangélica na vida consagrada”, afirma o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz.

O cardeal brasileiro comenta a vida consagrada à luz do documento Vita consecrata, exortação apostólica pós sinodal escrita pelo papa João Paulo 2º em 1996. Fruto de uma assembleia do Sínodo dos Bispos, o documento retoma e aprofunda os ensinamentos do Concílio Vaticano II sobre a vida consagrada.

Dom Aviz explica que, de forma geral, são três os pedidos do Concílio aos consagrados: que eles sejam discípulos de Jesus; que voltem aos aspectos mais essenciais e profundos dos fundadores, de forma a seguir o carisma com fidelidade; e olhar para a cultura atual, porque é preciso que o carisma fale aos dias de hoje.

Outro aspecto importante que o documento papal traz à tona é a necessidade de fixar o olhar na Santíssima Trindade. “A Santíssima Trindade traz para nós aquilo que é o centro da vida do cristianismo: é o amor, Deus é amor e a Igreja também é amor”.

A vida consagrada na Igreja

Na exortação apostólica, João Paulo II afirmaque a vida consagrada “não é uma realidade isolada e marginal, mas diz respeito a toda a Igreja”. Dom Aviz explica que o Papa, agora santo, fala de duas dimensões “co-essenciais” da Igreja: a hierarquia e o carisma.

“O Espírito fala na hierarquia e também no carisma, nas duas realidades, nas duas dimensões. Uma não está sujeita à outra, porque é o mesmo Espírito que fala e o Espírito não entra em contradição nunca. Isso é importante entender hoje porque se não a gente não entende muito bem a relação entre o carisma e a hierarquia”.

O cardeal destaca ainda que nenhum carisma pode se dizer autêntico se não é reconhecido pelo magistério da Igreja, ou seja, pela hierarquia. “O carisma não vive sozinho, ele vive inserido na Igreja e todo carisma que se isola morre, desaparece, sai do equilíbrio. E nós precisamos sempre ter essa atenção de viver dentro da comunidade. Quem nos dá essa garantia é o Papa, são os bispos e nós precisamos disso”.

As faces da vida consagrada

“A vida consagrada é muito diversificada”, diz Dom Aviz, que elenca alguns exemplos: os eremitas (homens e mulheres que vivem sozinhos), os monges (que vivem em clausura, mas têm momentos juntos para as refeições e orações), as congregações religiosas (numerosas em todo o mundo) , os institutos seculares (que é a consagração sem sair do mundo cotidiano), além de ordens como a das virgens e a das viúvas.

“Um mundo muito diversificado, mas todos têm essa característica da consagração. A consagração a Deus não se baseia num mandamento, e sim nos conselhos evangélicos: pobreza, castidade e obediência”.

Referindo-se ao documento Vita consecrata, o cardeal considera que ele permanece atual, mas existe um constante aperfeiçoamento sobre a vida consagrada. Ele indica três pontos que estão sendo adotados como centrais no sentido de obter progressos: a vida comunitária (que deve ser centrada em Deus e no outro), a formação (que deve ser contínua) e reflexões sobre o poder da autoridade e também o poder econômico dentro da vida consagrada.

Programação

Iniciado no último dia 30 de novembro, o Ano da Vida Consagrada se estende até fevereiro de 2016 com uma intensa programação. Agora em janeiro haverá um encontro ecumênico que vai reunir os consagrados da igreja luterana, da igreja anglicana, os monges ortodoxos e os consagrados católicos, para uma partilha de experiências.

Também estão previstos encontros para formadores e para os consagrados novos (de recente consagração). Um dos eventos mais esperados será um simpósio com todas as vocações, previsto para o início de 2016.

“O Ano da Vida Consagrada não é para ser vivido só em Roma e de fato nós já estamos percebendo que começou em vários cantos. Não é pra viver só entre os religiosos, porque o Ano da Vida Consagrada é o Ano da Igreja, a Igreja diocesana, as conferências episcopais (…)  às vezes alguém vai fazer muito pouca coisa, mas outros vão aproveitar pra fazer coisas muito bonitas, aproveitar para aprofundar o caminho da vida consagrada com todas essas realidades novas que nós estamos descobrindo”, finalizou o cardeal.

 
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